quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Entrevista de José Padilha ao UOL

Zé,obrigado pelos elogios !!!!
Vindo de você,só me faz crescer como Ator !!!!


José Padilha usou policiais paulistas para evitar pirataria de "Tropa de Elite 2"

ALESSANDRO GIANNINI
Editor de UOL Cinema
  • Wagner Moura em cena de ''Tropa de Elite 2'', filme dirigido por José Padilha
    Wagner Moura em cena de ''Tropa de Elite 2'', filme dirigido por José Padilha
Até de fascista o cineasta José Padilha foi chamado por causa de "Tropa de Elite" (2007), um dos dez maiores sucessos do cinema brasileiro desde a "Retomada" e Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2008. Longe de chateá-lo, na época, isso o deixou surpreso. Três anos depois, a menos de um mês do lançamento de "Tropa de Elite 2", ele explica que não vê por onde seu filme possa ser classificado como defensor de uma forma de regime político partidário que nasceu na Itália na primeira metade do século 20.

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"O meu filme é sobre a polícia do Rio de Janeiro, uma organização esculhambada, em que os caras são corruptos e que tem um grupo de malucos que tortura", disse ele em entrevista exclusiva ao UOL Cinema, no escritório da assessoria de imprensa do filme, em São Paulo. "O Bope não quer fechar o Parlamento [e nem exportar o modelo fascista para outros países, como aconteceu na Itália]. Não tem nada a ver com o facismo o filme 'Tropa de Elite'. É uma ótima controvérsia, sem o menor fundamento. Mas que botou o filme na ordem do dia."

VEJA OS MELHORES MOMENTOS DA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM JOSÉ PADILHA, DIRETOR DE "TROPA DE ELITE 2"

  • PIRATARIA
  • O QUE VOCÊ VAI VER
"Tropa de Elite" já havia entrado na ordem do dia. E nas bancas de camelôs do Rio, de São Paulo e do resto do Brasil. O filme de Padilha começou sua trajetória de sucesso como alvo de pirataria. Isso, no entanto, não impediu que rendesse mais de R$ 20 milhões e vendesse cerca de 2,5 milhões de ingressos em sua carreira comercial nas salas de cinema. Para evitar que essa escrita se repetisse, a finalização de "Tropa de Elite 2" foi cercada de cuidados. Prova disso é que a imagem do filme só recebeu o som definitivo no mesmo dia em que o cineasta concedeu a entrevista.
"A gente alugou um apartamento, que não era a minha produtora, onde fizemos a montagem do filme", contou ele. "Esse apartamento era monitorado por câmeras. Todo o apartamento, a ilha [de edição] inclusive, não tinha acesso a internet. E as pessoas que estavam autorizadas a entrar e sair do apartamento eram quatro e cada uma tinha sua senha, senão disparava um alarme. Mesmo as pessoas de mais confiança, porque se tratava de uma regra." Até policiais foram usados na operação, segundo ele. "Policiais paulistas, claro, não ia dar o meu filme nas mãos de PM's do Rio."
Quando "Tropa de Elite 2" entrar em cartaz, no dia 8 de outubro, o espectador avançará dez anos no tempo em relação ao primeiro filme. E a ação transcorrerá durante cinco anos que culminam em um processo eleitoral. O capitão Nascimento, agora promovido a coronel, abandonou a corporação e foi guindado à esfera política. "Você vai ver um universo ampliado", diz Padilha. "A moral do filme não é carioca mais, é brasileira. Você vai ver o capitão Nascimento entrando numa zona que é desconfortável para ele, em que não sabe o que está acontecendo direito. Você vai ver os valores dele serem questionados pelo resultado do que ele faz."

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  • O FILME
  • ATORES
Wagner Moura volta ao papel de Nascimento, assim como André Ramiro ao de Matias e todos os atores e personagens que sobreviveram ao primeiro filme. "Nós queríamos isso mesmo: fazer uma continuação, com a mesma galera, os mesmos atores", explicou o cineasta. "É como se fosse 'O Poderoso Chefão' 1 e 2. Quem não morreu no primeiro, a gente achou um jeito de encaixar no segundo."
 Padilha destaca também a participação de novos atores, como Irandhir Santos, que faz o papel de um deputado de esquerda inspirado em um personagem do cenário político carioca; Sandro Rocha, cujo personagem, um sargento, aparece de relance no primeiro filme e no segundo filme tem sua participação ampliada, e Seu Jorge, que faz o bandido Beirada, obviamente inspirado em um personagem da crônica policial brasileira e carioca com muita notoriedade. "O Irandhir e o Sandro Rocha são a bola da vez do cinema brasileiro", disse ele. "O Irandhir todo mundo sabe, mas o Sandro ainda não. Quero que vejam e me digam [se eu estava certo ou não]."
Em 2007, "Tropa de Elite" estreou no Festival do Rio 2010. A sequência terá uma pré-estreia fechada em Paulínia, no início de outubro, semanas antes de entrar em cartaz. De acordo com Padilha, não se trata de não confiar na organização do festival carioca. "Tenho certeza de que eles seriam super cuidadosos, mas eu teria que deixar cópias com eles e não ia ter o controle", confessou. "Paulínia, além de ser um local muito legal, é apenas uma sala, são convidados e a gente tem como monitorar." Com relação aos festivais internacionais, também não há nada definido, segundo o diretor. "Pretendo mostrar para Berlim, para Sundance e para todos os festivais, claro", disse ele. "Mas ainda não tenho nada definido."
Padilha já está com um novo projeto encaminhado. Chama-se "Nunca Antes na História desse País", com roteiro de Luis Eduardo Soares. E vai tratar do mensalão. Ainda com poucos recursos captados, entrará na agenda do cineasta só depois do lançamento de "Tropa de Elite 2". Ao ser questionado sobre como será o novo trabalho, ele apenas sorri e diz: "Assista a esse, que vai entrar em cartaz, você vai ter um pequeno aperitivo".

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