sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Fonte: VEJA

Sandro Rocha

conta que, nos ensaios de 'Tropa 2', teve que bater de verdade em sua colega de elenco

Apesar das atitudes repugnantes do miliciano que, como ele, se chama Rocha, ator passou a ser assediado pelas mulheres e teve que sair do Facebook.

Sandro Rocha: de personagem secundário no primeiro Tropa a garoto propaganda da segunda versão, como miliciano amigo de políticos.

“Essa violência contra as mulheres está muito distante da minha realidade. Não imagino isso no meu mundo nem no mundo de mais ninguém. Fiquei impressionado com o profissionalismo da Tainá. Sempre que a encontro eu a parabenizo por isso”, elolgia o ator

À medida que quebra seus próprios recordes, Tropa de Elite 2 traz à tona histórias surpreendentes e até bizarras que não foram contadas na tela. A mais recente delas, revelada ao site de VEJA pelo ator Sandro Rocha, o major Rocha – ou Russo - é de arrepiar. Sandro conta que a cena mais difícil de todo o seu trabalho no filme foi a surra que aplica na repórter Clara, vivida por Tainá Muller. E parte da dificuldade veio da forma escolhida pela preparadora de elenco Fátima Toledo para dar mais realismo à dramatização: durante os ensaios, ele tinha que bater “de verdade” na colega.

“Foi muito difícil para mim”, conta o ator, certo de que, para a colega, não deve ter sido mais fácil. “Essa violência contra as mulheres está muito distante da minha realidade. Não imagino isso no meu mundo nem no mundo de mais ninguém. Fiquei impressionado com o profissionalismo da Tainá. Sempre que a encontro, a parabenizo por isso”, elogia o ator, lembrando que a ordem era "bater de verdade" em todos os ensaios.

Apesar das atitudes repugnantes de Rocha – o personagem – o sucesso do ator com o público feminino é grande. Depois de receber algumas propostas mais que ousadas de suas novas fãs, o ator cancelou seus perfis nas redes sociais Twitter e Facebook. “Sou casado, fiel e pai de três filhos, um sujeito normal. Não sei o que acontece, se é o fetiche da farda ou o jeito que o Rocha trata as mulheres no filme”, diz ele.

Nem sempre, no entanto, o assédio é elogio. “Tem de tudo, né? Um cara me parou na rua e pediu para eu falar com o irmão dele em Brasília pelo celular, e o cara de lá falava comigo na maior intimidade, como se me conhecesse há anos”, diverte-se. “Teve uma velhinha, bem idosa mesmo, que me encontrou na porta do cinema e disse que se tivesse uma arma me matava ali mesmo”, completa, explicando que a senhora depois avisou que era apenas uma brincadeira.
No primeiro Tropa de Elite, de 2007, o corrupto sargento Rocha teve uma participação discreta. Três anos depois – 15
anos mais tarde na ficção – o personagem de Rocha, que na vida real já foi vendedor e até palhaço de lanchonete, subiu de patente e de participação na trama. Como major, Rocha ganha o apelido de Russo, torna-se miliciano e um amigo de gente influente, como deputados e o governador do estado do Rio. A boa atuação transformou o personagem em um dos ‘garotos propaganda’ de Tropa de Elite 2.


Nesta quarta-feira, às 16h, o ator vai testar a popularidade de Rocha – o personagem – em uma aparição pública na Saara, centro de comércio popular do centro do Rio. O evento, a convite da produção do filme, é uma comemoração pelo recorde de seis milhões de espectadores em três semanas de exibição de Tropa 2.


O assédio deve ser grande. Sandro concederá entrevista para a Rádio Saara, que é transmitida em caixas de som em postes do centro da cidade. Também gravará programa para a TV Saara. Por último, passeará pelas ruas para conversar com fãs, vendedores e lojistas sobre a importância do combate à pirataria de produtos audiovisuais.


Não custa lembrar: o primeiro Tropa, entre as muitas marcas que coleciona, ostenta um indigesto ranking de sucesso de pirataria, que, para os produtores, prejudicou o desempenho do longa nas salas de cinema. Antes mesmo do lançamento – quando a cópia sequer estava com o tratamento de cor para o cinema concluída – o filme estourou no mercado paralelo, levando muita gente a assistir apenas em casa.


Apesar da truculência e do caráter reprovável de seu personagem, Rocha percebe que é a comicidade do vilão que parece ter ficado gravada na memória do público. Pelas ruas, como conta, o que mais ouve são pedidos para repetir algumas das falas, já clássicas, do personagem. “Eu ando pelas ruas e as pessoas me chamam e gritam ‘hoje é no amor’. Virou hit até no You Tube”, diverte-se.


Com a fama, vêm novos trabalhos. O bordão foi tirado de uma hilária sequência na qual o miliciano faz um discurso político em um churrasco na favela da qual ele se tornou “dono”. A cena rendeu convite para atuar como garoto propaganda de uma cervejaria – com uso do bordão, que foi criado pelo ator.


Além da publicidade, vieram também convites para ministrar palestras motivacionais em grandes empresas, para teatro, publicidade e propostas de três emissoras de tevê que o querem em suas novelas. Uma delas – a Rede TV! – ofereceu a Rocha um programa de auditório.

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