sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Fonte: Globo-Barra

Mudança temporária para o Recreio



Carisma, crueldade e ambição ditaram o tom do Major Rocha, miliciano do filme "Tropa de Elite 2" que rendeu ao ator Sandro Rocha elogios de público e de críticos. Graças à atuação, Rocha garantiu um papel fixo na próxima novela das 21h da Rede Record, “Vidas em jogo”. E, para ficar mais perto do trabalho, decidiu trocar o Lins pelo Recreio. Aos 36 anos, ele se prepara para um novo estilo de vida no bairro e celebra o patrocínio conquistado para iniciar seu projeto social, após oito anos de batalha.


Por que e quando você se mudou para o Recreio?

Sandro Rocha: Eu me mudei em dezembro de 2010, depois de passar praticamente a vida toda no Lins. Gosto muito do Recreio e da Barra, onde cheguei a morar por um ano quando me casei. Frequento a região há 20 anos e resolvi viver aqui devido ao trabalho. O acesso aos estúdios da Record e ao curso de inglês que estou fazendo é mais fácil. Por enquanto, pretendo ficar por três anos.

O que mais lhe agrada no novo bairro?

Rocha: É uma realidade diferente. Tenho mais tranquilidade para estudar e para me exercitar. Sinto falta do calor humano do Lins, mas aqui a qualidade de vida é maior.

Como você se preparou para interpretar o miliciano de “Tropa de elite 2”? Chegou a visitar comunidades e conversar com moradores?

Rocha: Fiz uma pesquisa individual, assisti a documentários e outros vídeos. Não fui aos locais nem conversei com moradores. Apenas fiz algumas cenas para o filme em Rio das Pedras, em Jacarepaguá. Compor um personagem como esse é muito complicado. Não tem uma especificidade tão grande como a de um médico anestesiologista, por exemplo. Se eu fosse interpretar um, iria a um hospital para ver o $. No caso do miliciano, eu vou ao local para fazer laboratório? Não. Cada miliciano se comporta de uma maneira.

Qual é sua opinião sobre as milícias?

Rocha: É um desvio de conduta; há um descaso público que leva a essa situação. É um sistema que foi imposto e não é tão simples quanto parece. É difícil de perceber e, por isso, difícil de combater. Você dorme com o inimigo e não sabe.

E o seu projeto social no Lins, quando começa?

Rocha: Já tirei o CNPJ. O projeto, que se chama Ruah, sopro de Deus em hebraico, deve começar no início de março. Uma grande empresa de telecomunicações vai patrocinar. É um projeto que visa à inclusão social de crianças por meio do teatro. Elas contarão com alimentação, psicólogos, assistência jurídica... Apesar de ser voltado para crianças carentes, vou fazer um mix. Vinte por cento das vagas — ainda não sei o número total exato — serão dedicadas às que tiveram uma oportunidade melhor na vida. Vai haver uma troca cultural. O projeto ficará no antigo clube Atlas, na Rua Vilela Tavares.

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